sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um dos meus maiores medos...

Quando fiz 18 anos fiz também minhas malas e me mudei sozinha para a Inglaterra. A independência e a liberdade que eu acabara de ganhar me encantaram. Mas, como tudo tem três lados, um belo dia eu me deparei com uma desvantagem da vida solo.

Fiquei doente.

Havia pouco mais de dois meses que eu estava por lá e embora já tivesse uma melhor amiga, não era a mesma coisa que estar em casa. Eu não tinha minha mãe para cuidar de mim. Eu, debilitada tinha que ir ao supermercado, preparar minha própria comida (minha amiga até tentou mas eu não comia as mesmas coisas que ela), ficar ligando para o seguro médico para descobrir onde eu conseguiria atendimento, me locomover até o hospital... Foi duro! Fazer tudo isso com febre, dor-de-cabeça e num estado permanente de letargia foi uma batalha e tanto. Sem contar que a médica, ao descobrir que eu era brasileira, pensou que eu estivesse com malária (mesmo eu dizendo que não tinha nada a ver) e me fez ficar das 20h até as 04h no ambulatório (com uma mulher roncando e a outra reclamando da que roncava) enquanto não saía o resultado do meu exame de sangue. Diagnóstico: "virose". Medicação: paracetamol.

Enfim. Concluí que não havia nada pior do que estar sozinha e doente.

Quando fiquei grávida logo percebi que eu estava errada. Há sim algo pior. Estar sozinha e ficar doente, quando se tem que cuidar de outro ser totalmente dependente. A situação fica crítica se este também estiver enfermo.

E foi o que aconteceu na véspera do feriado de Tiradentes. Do nada fiquei com uma espécie de mistura de diarréia com constipação - sim, isso existe! Eu estava sossegada dormindo e vinha uma cólica horrível, eu tinha que correr para o banheiro. Confesso que uma vez fiz cocô no pijama porque achei que era só pum, hahaha! (Não contem para a Isabel até que ela seja desfraldada porque até lá "cocô é na privada e não na calça", rs!)

E então Isabel acordou. E ficamos, eu e ela. Doentes. Sim, porque ela também estava com muita cólica! E eu sem saber o quê fazer. Eu só queria dormir o dia inteiro. E ela só chorava o dia inteiro. Vira-e-mexe me dava "aquela" necessidade de correr para o banheiro. Por mim eu ficava que nem planta - no vaso o dia todo! Mas Isabel precisava de mim. E além desse desarranjo intestinal eu ficava molinha, cansada só de estar acordada. Não havia ninguém que pudesse me ajudar porque todos que poderiam fazê-lo tinham que ir trabalhar.

E de repente me vinha uma dor similar às dores das contrações. Aquela tal "vontade de fazer força", o urro irreprimível... E por vezes eu olhava para Isabel se esgoelando e percebia que nós estávamos compartilhando da mesma dor. E sinceramente só então me dei conta do quanto ela sofre com as cólicas.

A solução? Agüentar o tranco! Sei que não é higiênico mas até dei de mamar a ela sentada no trono (eu não digo que ela é minha rainha?)! Aí eu saía, tirava a calça, entrava no chuveiro, me lavava, me secava, punha a calça de volta... tudo isso com ela no colo e com uma mão só. Não teve outro jeito porque isso ocorria mil vezes por dia e nas horas mais impróprias. A situação durou uma semana. No feriado eu ainda tinha ajuda mas nos dias úteis foi difícil.

E assim foi que eu enfrentei um dos meus maiores medos da maternidade. Sei que virão outros. Mas a cada um a gente vai se descobrindo mais forte. Mais mãe. Mais mulher. Isso é claro, DEPOIS que eles passam porque na hora................! Agora só falta descobrir o que foi que eu comi que me deixou daquele jeito!

2 comentários:

  1. É meu pior medo tb. Esses tempos achei que ia ficar gripada, mas pedi pro Lorz me ajudar e ele dormiu 5 horas seguidas. E ainda ficou na cama comigo até às 13h! Daí acordei bem!

    E essa do cocô no pijama foi brabo hein! rsrsrsrs

    Beijos

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  2. por incrivel que pareça passei por algo semelhante, e olha se não fosse uma situação dramatica e de desespero total (para mim) seria comico, levei minha filha no medico pq nao parava de sair liquidos por cima e por baixo resultado virose, chego em casa quem começa? eu, meu marido me leva no medico, chega em casa, quem começa? ele, e foi assim nós 3 enfrentando a mardita virose, os 2 se recuperaram rapidinho, mais eu sou mole rrsrs só de pensar na virose ja me dava fraqueza... fazer o que néah, até na doença somos unidos rsrsr

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