No começo ela emitia os sons de vez em quando - e eu sempre corria para filmar. Até hoje me derreto toda. É a coisa mais linda do mundo! Muitos "aúúúúú"s estão documentados. Era o som que ela mais fazia.
Hoje o repertório está mais variado. E duas vezes incluiu até consoantes: "lalala" e uma palavra totalmente desconhecida: "balaúk"! Acho que ela fala árabe... Eu sempre quis aprender!
Umas duas semanas antes de eu voltar a trabalhar, no carro, ela me surpreendeu. Lá estava eu, dirigindo, e lá estava ela, na cadeirinha atrás do banco do motorista. E do nada ela deu início a um monólogo interminável. Achei lindo demais. E começamos a conversar. Ela emitia os sons e eu os repetia. E aí ela falava alguma outra coisa e eu tornava a repetir o que ela havia dito.
Sempre fiz assim. Desde o primeiro som.
E eis que um dia eu leio no BabyCenter que ao fazer exatamente isso - repetir os sons que nossos bebês emitem logo após eles o terem feito - fazemos com que eles achem que nós os compreendemos. Que falamos a mesma língua. Que de fato estamos tendo um diálogo.
E isso os estimula a falar mais e mais.
Acompanhar o crescimento dos nossos bebês é fascinante. Observar como se forma um ser humano, como ele aprende as coisas, como se forma sua personalidade, como ele aprende a se comunicar por meio de gestos, sons, olhares, palavras... é simplesmente encantador. Eu fico admirada vendo como Isabel se diverte ao vocalizar. Ela se diverte mesmo! De verdade! Brinca sozinha!
Às vezes tenho que fazer algo num outro cômodo e a deixo sozinha por um tempo e quando estou voltando, lá de longe, escuto mais um de seus monólogos. É incrível como ela fica feliz. Como se se divertisse ao descobrir que é ela quem produz aqueles sons. Que ela é capaz disso.
Li no BabyCenter um trecho que resume bem esse fascínio dela de que eu falo:
"A vocalização é uma brincadeira para a criança, que faz experiências usando a língua, os dentes, o céu da boca e as cordas vocais para produzir todo tipo de sons engraçados. Ela se diverte quando descobre que é ela quem faz tudo aquilo, fica estimulada a repeti-los e a procurar novos barulhos."
Mas o melhor mesmo ainda estava por vir.
Certo dia Isabel me acordou no meio da noite. Até aí nada demais. Mas ela não me acordou com um choro. Ela não estava chorando. Nem reclamando.
Estava falando!
Liguei a luz do celular e a lancei sobre o seu rostinho, esperando ver seus olhinhos de jabuticaba bem abertos e atentos (afinal, ela estava falando, balbuciando, então tinha que estar acordada, né!) Não! Ledo engano. Eles estavam bem fechados.
Fiquei lá um bom tempo rindo e admirando-a. Sei lá, acho que ela devia estar sonhando e conversando com alguém (algum palpite de quem!? rs) no seu sonho.
E desde então isso já aconteceu mais duas vezes.
Daqui a pouco ela estará fazendo altas revelações durante seu sono. Como minha irmã, que, enquanto dormia, na noite em que completou cinco anos foi ouvida 'conversando' com o menino de quem secretamente gostava: "Tomas... Tomás... eu tenho cinco anos. Eu fiz aniversário." Explicação: ele era um ano mais velho do que ela, rs!
Essas crianças...!
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário