Há muitos anos vi dois documentários, em épocas diferentes, que hoje percebo que se complementam e passam uma mensagem muito pertinente, especialmente para nós mães.
Um deles era sobre um garoto de uns 8 anos que havia nascido numa condição raríssima, especula-se que ele seja a única pessoa de que se sabe que nasceu assim: cego, surdo-mudo. Ou seja, totalmente isolado do mundo.
Agora, façamos uma pausa para imaginar o que é nascer assim. Ou ainda, o que é ser mãe de um ser que nasce assim.
Desesperador, é o mínimo. Não só pelas preocupações quanto ao futuro e independência do filho, mas também em pensar que ele jamais saberá quem você é, o quanto você o ama. Ele jamais ouvirá sua voz, jamais te ouvirá ninando-o, te perceberá sorrindo para ele... é muito triste.
Mas então, pensando nesse garotinho, me lembrei do outro documentário. Era sobre uma mulher adulta que também havia nascido numa condição raríssima. Ela não tinha o sentido do tato. Isso mesmo, ela não "sentia" as coisas, fisicamente falando. Não é muito comum. Geralmente as pessoas são cegas, surdas, mudas... mas como se denomina alguém que não tem o sentido do tato!? De tão raro que é acho que nem nome tem!
Enfim, ela foi objeto de vários estudos e um deles, extremamente interessante, descobriu que ela podia sim sentir quando alguém gentilmente passasse um pincel bem macio sobre sua pele. Concluiu-se então, que devemos ter um outro tipo de rede de sentidos semelhante ao do tato, mas que só é ativado com muito carinho.
E pensando nisso eu me dei conta de que a única forma, a única linguagem que essa mãe poderia usar com seu filho, a única coisa que funcionaria, que os uniria e os ajudaria a se comunicar, era o amor. Não precisa enxergar, ouvir ou falar para entender o carinho contido num abraço apertado, o bem querer de um beijo marcado, o amor de uma carícia.
Por isso acho imprescindível dar amor, beijos, abraços, brincar com as crianças. Sobretudo os bebês pequenos que de certa forma também são cego-surdo-mudos pois não enxergam bem, não entendem o que lhes dizemos e não sabem falar. E com essa convicção me despeço hoje para dar uns beijinhos e uns cheiros na minha sobrinha de apenas 17 dias! Ai, que gostoooooooooooso!
Nossa que post inspirado! Amei e me emocionei!
ResponderExcluirViva a linguagem do amor!
Beijos