Enquanto dançamos forró eu e Isabel, canto uma versão adaptada de "Nosso Xote - Bicho de Pé":
(Isabel canta)
"Morena, me convidou para dançar um xote,
Beijos os meus cabelos, cheirou meu cangote,
Fez meu corpo inteiro se arrepiar.
Fiquei sem jeito,
E ela me acolheu junto ao peito,
E foi nos braços dessa morena,
Que eu mamei até o dia clarear.
(Eu canto)
Oioioioioioi,
Me encantei por teu olhar,
Morena, chega mais pra cá,
Meu dengo, vem me chamegar.
Oioioioioioi,
Teu jeito de balancear o corpo inteiro,
Faz meu coração bater ligeiro,
Assim eu vou me apaixonar!"
.. e também gosto de ...
VIDA BOA - VICTOR E LÉO
(Isabel canta)
"Que vida boa, whoahahah, que vida boa,
Sapo caiu na lagoa,
Sou eu no colinho da minha mãe!"
Sobre a maternidade... e o cheirinho mais gostoso do mundo: o de leitinho e suor da minha filha!
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Coisas de Criança
Faz umas semanas eu estava ocupada e deixei a Isabel na cadeirinha no quintal para tomar ar fresco e um pouco de sol. Meus sobrinhos de dois anos e meio estavam brincando lá também sem camisa por conta do calor. E então Isabel começa a chorar. Passam-se alguns instantes e eu ouço meu sobrinho: "Awwww... não chora tchuquitchuqui... Eu tou aqui!" Adorei. Eu falo isso para ela direto quando ela abre o berreiro. E então comecei a reparar que eles estão sempre repetindo o que a gente diz. É o máximo. Já ouvi, dirigido a Isabel: "Que foi, gatinha, que foi?" / "Wakey, wakey Isabel!" (Acorda, acorda) / "Aw, não tem por quê chorar!", e por aí vai. Meu sobrinho, safado como só ele, logo que completou dois anos passou a me chamar pelo meu nome. Não gostei. Me senti como se não fosse parte da família. Acho que ele ouvia minha irmã me chamar pelo meu nome e então começou a imitar, se deu conta de que entre adultos nos referíamos uns aos outros por outro nome, e não aquele a que ele estava acostumado (papai, mamãe, vovó, etc). Todas as tentativas de fazer ele parar foram em vão. E minha irmã só ria. Até que ele começou a chamar o tio, a avó, o pai, e finalmente, até a mãe pelo nome! Ela não gostou nem um pouco e quem passou a rir fui eu! "É mamãe, MAMÃE", tentou. Mas o pai nunca se importou: "Ele tem personalidade, deixa!". E então deixamos. Só que agora ele não chama a mãe mais pelo nome. Chama pelo apelido, hahaha! Dia desses na rua ele corre em direção a ela e a chama pelo apelido, pelo nome, até que ela atende. E a vizinha da frente, meio confusa questiona: "Mas você não é mãe dele!?". Minha irmã, tão acostumada, não entende o porquê da pergunta...
Bom, voltando ao dia quente e às crianças no quintal, mais uma que mostra o quanto elas absorvem do cotidiano e o quanto o que nós fazemos e dizemos tem influência direta na formação deles. Logo que ouvi meu sobrinho me imitando e tentando acalmar a Isabel fui conferir. E qual minha surpresa quando dou de cara com minha sobrinha se debruçando sobre a Isabel e, sem camisa, apertando os mamilozinhos em cima do rosto dela, maaaaaaaais ou menos como eu faço quando dou de mamar! Hahaha, eu amei, ri muito, corri para pegar o celular e filmar.
E isso me fez lembrar uma discussão que tivemos um dia no colégio na aula de filosofia quando eu era jovem. A pergunta era se as diferenças entre homens e mulheres eram puramente biológicas ou se a sociedade é que moldava meninos e meninas de maneiras diferentes. E eu expus minha opinião de que, fora as óbvias discrepâncias biológicas, o grosso das diferenças era construído pela sociedade, que ensia meninas a brincar de bonecas e meninos a não chorar.
E hoje penso diferente. Nascemos diferente. Só minha sobrinha teve esse instinto de "amamentar" Isabel para acalmá-la. Meu sobrinho não. Mais do que isso - pois podemos dizer que aos dois anos e meio uma criança já sabe que existem meninOs e meninAs - desde pequenos, meus sobrinhos demonstram ter interesses diferentes que independem da criação que lhes demos. Por exemplo. Os dois cresceram e crescem juntos. Sempre os deixamos brincar com os mesmos brinquedos. Mas o menino sempre demonstrou uma preferência por chaves, pelas ferrramentas do pai (para desespero dele!) e por carrinhos, enquanto a menina sempre preferiu brincar com as bonecas e bichinhos de pelúcia. E começo a concordar com minha sogra que diz que "a gente já nasce sabendo ser mãe". (Não vou aqui entrar no tópico das mulheres que não querem ser mãe ou que acham que não levam jeito para a coisa, nem na questão da homosexualidade, daria outro post!)
Bom, voltando ao dia quente e às crianças no quintal, mais uma que mostra o quanto elas absorvem do cotidiano e o quanto o que nós fazemos e dizemos tem influência direta na formação deles. Logo que ouvi meu sobrinho me imitando e tentando acalmar a Isabel fui conferir. E qual minha surpresa quando dou de cara com minha sobrinha se debruçando sobre a Isabel e, sem camisa, apertando os mamilozinhos em cima do rosto dela, maaaaaaaais ou menos como eu faço quando dou de mamar! Hahaha, eu amei, ri muito, corri para pegar o celular e filmar.
E isso me fez lembrar uma discussão que tivemos um dia no colégio na aula de filosofia quando eu era jovem. A pergunta era se as diferenças entre homens e mulheres eram puramente biológicas ou se a sociedade é que moldava meninos e meninas de maneiras diferentes. E eu expus minha opinião de que, fora as óbvias discrepâncias biológicas, o grosso das diferenças era construído pela sociedade, que ensia meninas a brincar de bonecas e meninos a não chorar.
E hoje penso diferente. Nascemos diferente. Só minha sobrinha teve esse instinto de "amamentar" Isabel para acalmá-la. Meu sobrinho não. Mais do que isso - pois podemos dizer que aos dois anos e meio uma criança já sabe que existem meninOs e meninAs - desde pequenos, meus sobrinhos demonstram ter interesses diferentes que independem da criação que lhes demos. Por exemplo. Os dois cresceram e crescem juntos. Sempre os deixamos brincar com os mesmos brinquedos. Mas o menino sempre demonstrou uma preferência por chaves, pelas ferrramentas do pai (para desespero dele!) e por carrinhos, enquanto a menina sempre preferiu brincar com as bonecas e bichinhos de pelúcia. E começo a concordar com minha sogra que diz que "a gente já nasce sabendo ser mãe". (Não vou aqui entrar no tópico das mulheres que não querem ser mãe ou que acham que não levam jeito para a coisa, nem na questão da homosexualidade, daria outro post!)
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Cada hora uma novidade!
E quando eu achei que já não haveria mais nada de novo no mundo da amamentação (falarei MUITO sobre amamentação em outras oportunidades, com mais calma) vêm os.........DENTES! (dito com a animação dos animadores de festa infantil!).
Tudo começou no Baby Center. Estava conversando com a Rosi, mãe da Isadora, e ela me perguntou se a gengivinha da Isabel já estava coçando. Eu respondi que não, nada de novo nesse quesito.
Mas, parece que por ironia do destino, poucos dias depois ela começou a babar muito. E também a ficar mordendo as mãozinhas que nem doida, tadinha! Ela coloca as duas na frente do peito, uma segurando a outra e fica lá, zoiando tudo e mordiscando, babando... muito fofinha!
E eu sempre prometendo comprar-lhe um mordedor... ainda não aconteceu, rs.
Acho que não estava caindo a ficha de que os dentinhos dela estavam nascendo, eu achava muito cedo, mas pelo jeito não é (Isabel está com 3 meses e 3 semanas). Só caiu a ficha ontem quando eu fui dar de mamar e três vezes seguidas doeu muito! Aí eu me dei conta de que eram os dentes dando as caras!
Perguntei para minhas irmãs se elas também sentiam dor quando os dentes dos meus sobrinhos começaram a nascer mas elas "não se lembram" (que útil ser a única da família com memória de elefante)! E agora eu estou meio sem saber o quê fazer...!
Será que de agora em diante sempre que Isabel for mamar vai doer!? Eu gostaria de amamentar até pelo menos um ano de idade.. seriam no mínimo mais uns 8 meses de dentinhos fortinhos e afiados fazendo *NHECK* no meu frágil mamilo..! Aí vai ser como eu ouvi umas mães comentarem um dia, quando Isabel tinha apenas 5 dias de vida e estávamos falando sobre quando os mamilos sangram, racham: "Bota um pano na boca e morde quando sentir dor!"... Que lindo!
Até hoje quase não tive problemas com a amamentação em termos de dor mas acredito que seja porque preparei muito bem os mamilos durante a gravidez seguindo as recomendações do meu médico. Mas... será que existe uma nova preparação para quando chega a primeira dentição!?
Tudo começou no Baby Center. Estava conversando com a Rosi, mãe da Isadora, e ela me perguntou se a gengivinha da Isabel já estava coçando. Eu respondi que não, nada de novo nesse quesito.
Mas, parece que por ironia do destino, poucos dias depois ela começou a babar muito. E também a ficar mordendo as mãozinhas que nem doida, tadinha! Ela coloca as duas na frente do peito, uma segurando a outra e fica lá, zoiando tudo e mordiscando, babando... muito fofinha!
E eu sempre prometendo comprar-lhe um mordedor... ainda não aconteceu, rs.
Acho que não estava caindo a ficha de que os dentinhos dela estavam nascendo, eu achava muito cedo, mas pelo jeito não é (Isabel está com 3 meses e 3 semanas). Só caiu a ficha ontem quando eu fui dar de mamar e três vezes seguidas doeu muito! Aí eu me dei conta de que eram os dentes dando as caras!
Perguntei para minhas irmãs se elas também sentiam dor quando os dentes dos meus sobrinhos começaram a nascer mas elas "não se lembram" (que útil ser a única da família com memória de elefante)! E agora eu estou meio sem saber o quê fazer...!
Será que de agora em diante sempre que Isabel for mamar vai doer!? Eu gostaria de amamentar até pelo menos um ano de idade.. seriam no mínimo mais uns 8 meses de dentinhos fortinhos e afiados fazendo *NHECK* no meu frágil mamilo..! Aí vai ser como eu ouvi umas mães comentarem um dia, quando Isabel tinha apenas 5 dias de vida e estávamos falando sobre quando os mamilos sangram, racham: "Bota um pano na boca e morde quando sentir dor!"... Que lindo!
Até hoje quase não tive problemas com a amamentação em termos de dor mas acredito que seja porque preparei muito bem os mamilos durante a gravidez seguindo as recomendações do meu médico. Mas... será que existe uma nova preparação para quando chega a primeira dentição!?
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Um dos meus maiores medos...
Quando fiz 18 anos fiz também minhas malas e me mudei sozinha para a Inglaterra. A independência e a liberdade que eu acabara de ganhar me encantaram. Mas, como tudo tem três lados, um belo dia eu me deparei com uma desvantagem da vida solo.
Fiquei doente.
Havia pouco mais de dois meses que eu estava por lá e embora já tivesse uma melhor amiga, não era a mesma coisa que estar em casa. Eu não tinha minha mãe para cuidar de mim. Eu, debilitada tinha que ir ao supermercado, preparar minha própria comida (minha amiga até tentou mas eu não comia as mesmas coisas que ela), ficar ligando para o seguro médico para descobrir onde eu conseguiria atendimento, me locomover até o hospital... Foi duro! Fazer tudo isso com febre, dor-de-cabeça e num estado permanente de letargia foi uma batalha e tanto. Sem contar que a médica, ao descobrir que eu era brasileira, pensou que eu estivesse com malária (mesmo eu dizendo que não tinha nada a ver) e me fez ficar das 20h até as 04h no ambulatório (com uma mulher roncando e a outra reclamando da que roncava) enquanto não saía o resultado do meu exame de sangue. Diagnóstico: "virose". Medicação: paracetamol.
Enfim. Concluí que não havia nada pior do que estar sozinha e doente.
Quando fiquei grávida logo percebi que eu estava errada. Há sim algo pior. Estar sozinha e ficar doente, quando se tem que cuidar de outro ser totalmente dependente. A situação fica crítica se este também estiver enfermo.
E foi o que aconteceu na véspera do feriado de Tiradentes. Do nada fiquei com uma espécie de mistura de diarréia com constipação - sim, isso existe! Eu estava sossegada dormindo e vinha uma cólica horrível, eu tinha que correr para o banheiro. Confesso que uma vez fiz cocô no pijama porque achei que era só pum, hahaha! (Não contem para a Isabel até que ela seja desfraldada porque até lá "cocô é na privada e não na calça", rs!)
E então Isabel acordou. E ficamos, eu e ela. Doentes. Sim, porque ela também estava com muita cólica! E eu sem saber o quê fazer. Eu só queria dormir o dia inteiro. E ela só chorava o dia inteiro. Vira-e-mexe me dava "aquela" necessidade de correr para o banheiro. Por mim eu ficava que nem planta - no vaso o dia todo! Mas Isabel precisava de mim. E além desse desarranjo intestinal eu ficava molinha, cansada só de estar acordada. Não havia ninguém que pudesse me ajudar porque todos que poderiam fazê-lo tinham que ir trabalhar.
E de repente me vinha uma dor similar às dores das contrações. Aquela tal "vontade de fazer força", o urro irreprimível... E por vezes eu olhava para Isabel se esgoelando e percebia que nós estávamos compartilhando da mesma dor. E sinceramente só então me dei conta do quanto ela sofre com as cólicas.
A solução? Agüentar o tranco! Sei que não é higiênico mas até dei de mamar a ela sentada no trono (eu não digo que ela é minha rainha?)! Aí eu saía, tirava a calça, entrava no chuveiro, me lavava, me secava, punha a calça de volta... tudo isso com ela no colo e com uma mão só. Não teve outro jeito porque isso ocorria mil vezes por dia e nas horas mais impróprias. A situação durou uma semana. No feriado eu ainda tinha ajuda mas nos dias úteis foi difícil.
E assim foi que eu enfrentei um dos meus maiores medos da maternidade. Sei que virão outros. Mas a cada um a gente vai se descobrindo mais forte. Mais mãe. Mais mulher. Isso é claro, DEPOIS que eles passam porque na hora................! Agora só falta descobrir o que foi que eu comi que me deixou daquele jeito!
Fiquei doente.
Havia pouco mais de dois meses que eu estava por lá e embora já tivesse uma melhor amiga, não era a mesma coisa que estar em casa. Eu não tinha minha mãe para cuidar de mim. Eu, debilitada tinha que ir ao supermercado, preparar minha própria comida (minha amiga até tentou mas eu não comia as mesmas coisas que ela), ficar ligando para o seguro médico para descobrir onde eu conseguiria atendimento, me locomover até o hospital... Foi duro! Fazer tudo isso com febre, dor-de-cabeça e num estado permanente de letargia foi uma batalha e tanto. Sem contar que a médica, ao descobrir que eu era brasileira, pensou que eu estivesse com malária (mesmo eu dizendo que não tinha nada a ver) e me fez ficar das 20h até as 04h no ambulatório (com uma mulher roncando e a outra reclamando da que roncava) enquanto não saía o resultado do meu exame de sangue. Diagnóstico: "virose". Medicação: paracetamol.
Enfim. Concluí que não havia nada pior do que estar sozinha e doente.
Quando fiquei grávida logo percebi que eu estava errada. Há sim algo pior. Estar sozinha e ficar doente, quando se tem que cuidar de outro ser totalmente dependente. A situação fica crítica se este também estiver enfermo.
E foi o que aconteceu na véspera do feriado de Tiradentes. Do nada fiquei com uma espécie de mistura de diarréia com constipação - sim, isso existe! Eu estava sossegada dormindo e vinha uma cólica horrível, eu tinha que correr para o banheiro. Confesso que uma vez fiz cocô no pijama porque achei que era só pum, hahaha! (Não contem para a Isabel até que ela seja desfraldada porque até lá "cocô é na privada e não na calça", rs!)
E então Isabel acordou. E ficamos, eu e ela. Doentes. Sim, porque ela também estava com muita cólica! E eu sem saber o quê fazer. Eu só queria dormir o dia inteiro. E ela só chorava o dia inteiro. Vira-e-mexe me dava "aquela" necessidade de correr para o banheiro. Por mim eu ficava que nem planta - no vaso o dia todo! Mas Isabel precisava de mim. E além desse desarranjo intestinal eu ficava molinha, cansada só de estar acordada. Não havia ninguém que pudesse me ajudar porque todos que poderiam fazê-lo tinham que ir trabalhar.
E de repente me vinha uma dor similar às dores das contrações. Aquela tal "vontade de fazer força", o urro irreprimível... E por vezes eu olhava para Isabel se esgoelando e percebia que nós estávamos compartilhando da mesma dor. E sinceramente só então me dei conta do quanto ela sofre com as cólicas.
A solução? Agüentar o tranco! Sei que não é higiênico mas até dei de mamar a ela sentada no trono (eu não digo que ela é minha rainha?)! Aí eu saía, tirava a calça, entrava no chuveiro, me lavava, me secava, punha a calça de volta... tudo isso com ela no colo e com uma mão só. Não teve outro jeito porque isso ocorria mil vezes por dia e nas horas mais impróprias. A situação durou uma semana. No feriado eu ainda tinha ajuda mas nos dias úteis foi difícil.
E assim foi que eu enfrentei um dos meus maiores medos da maternidade. Sei que virão outros. Mas a cada um a gente vai se descobrindo mais forte. Mais mãe. Mais mulher. Isso é claro, DEPOIS que eles passam porque na hora................! Agora só falta descobrir o que foi que eu comi que me deixou daquele jeito!
A Polêmica do Peito
E então a mãe decide que já não dá mais para ficar em casa sozinha o dia inteiro com o bebê e resolve que vai passear, espairecer para não ficar doida nem deprimida (bebê nenhum merece mãe assim).
E então o bebê, no meio do shopping (ah, sempre o shopping!) começa a espernear que quer mamar. E agora!? O quê fazer?
Tirar o peito para fora, assim, na frente de todos? Correr para casa e encurtar o passeio que acabou de começar? Cobrir o peito (e conseqüentemente o bebê) e dar de mamar ali mesmo?
Bom, antes de ser mãe eu achava uma falta de vergonha essas mães que tiram o peito para fora na frente dos outros e ficam lá, mostrando o seio para quem quiser ver (e também quem não quiser). Tive até trauma. Uma vez no avião, antes da decolagem, fui ao banheiro e ao sair me deparei com o maior seio do mundo logo ali na minha frente, no último lugar em que eu esperava ver um. E o bebê ainda nem estava no colo da mãe, estava no colo da aeromoça / comissária de bordo. Devo ter ficado com uma cara de fantasma porque todos ficaram me fitando enquanto eu cambaleava em direção a meu assento.
Conversando sobre o ocorrido com meu marido, eu disse que se eu, que era mulher, tinha ficado meio abobada, imagine os homens! E ele, sempre do contra, disse que não tinha nada a ver. Que homem tem muito respeito por mulher amamentando. Eu custei, e custo, a acreditar. Ou eles cobiçam, ou não querem saber porque acham repugnante, ou eles não querem saber porque embaça a idéia (sim, vou continar escrevendo com acento!) do seio como algo sexual e passa a ser algo angelical, maternal, e quase um pecado vê-lo de outra forma.
E então me tornei mãe. E eu mesma passei a ver meus seios de outra forma. Até que um dia, não me lembro onde mas era em público, me vi fazendo malabarismos para tentar tirar o peito sem ninguém o ver. Puxa a blusa, o sutiã, a concha, a Isabel, a mantinha para cobrir tanto ela quanto o peito... Ufa! Me esgotei! E fiquei pensando por quê raios eu tinha que fazer tudo aquilo, por quê os outros não podiam simplesmente me ignorar e me deixar amamentar minha filha como eu faço em casa? Confesso que quase fiz isso.
Mas aí eu me lembrei de que aquilo é natural só para mim, e para outras poucas pessoas neste momento. Até quem um dia será mãe, ou quem já foi mãe há tempos não faz parte desse círculo. Só para quem a amamentação é ainda algo muito recente e presente, é que tirar o peito para fora assim no meio do nada é totalmente natural.
E então, até hoje, quando dou de mamar em público, pego antes um lençolzinho super fresquinho que carrego na malinha da Isabel, "prendo-o" na alça do sutiã e dou de mamar com ela (e o seio) cobertos, longe dos olhares indiscretos dos outros. Mas a razão pela qual eu faço isso não é mais a mesma de antes. Antes eu fazia por causa dos outros. "O quê os outros vão pensar de mim!?"
Agora eu faço por mim mesma. Percebi que EU não me sentiria à vontade se não me cobrisse. Eu não conseguiria desfrutar o momento confortavelmente nem deixar a Isabel fazê-lo se eu estivesse preocupada com os homens e mulheres me olhando. Mas isso é porque eu de fato ficaria preocupada. Há quem não ficaria. E sempre levanto o lençolzinho e vejo minha pequena lá toda gostosinha, me sinto ainda melhor de não estar compartilhando daquela nossa intimidade com os outros. Não atraio tantos olhares e, depois de todo o balé para ajeitar a Isabel, relaxo e dou de mamar sossegada.
Ainda assim, o objetivo deste post não é tentar convencer ninguém de que eu estou certa. Esse é o meu jeito de fazer as coisas porque eu assim o decidi. Há pessoas que dizem que eu sou pudica, que os outros que se danem e que eu dê de mamar do jeito que quiser, há quem diga que deve incomodar o bebê aquele lençol cobrindo-o, há quem diga que estou certa, há quem diga que ao cobrir meu seio eu o torno ainda mais objeto de cobiça... Sempre há quem diga. Me faz lembrar uma história que li num livro uma vez:
Um homem já maduro e seu filho pequeno estão percorrendo uma estrada montados no seu cavalo. Passa um moço e diz:
- Mas que horror! Pobre cavalo, carregando os dois preguiçosos!
E então o pai decide descer do cavalo.
E passa uma senhora que palpita:
- Que absurdo! O senhor de idade caminha enquanto o pequeno, cheio de saúde vai montado no cavalo como se fosse um sultão!
E então pai e filho se entreolham e o menino desmonta do cavalo e quem sobe desta vez é o pai.
Mais adiante, uma moça os vê e indaga:
- O senhor não tem vergonha na cara? Vai tranqüilo em cima do cavalo enquanto a pobre criança tem que trilhar o caminho sozinha com suas frágeis pernas!?
E o pai então desce do cavalo.
Assim seguem por alguns kilômetros até que um senhor os vê e debocha:
- Dois tolos! Os dois exaustos de tanto andar e parecem não perceber que o cavalo poderia poupar-lhes o esforço!
O garoto então olha desesperado para o pai. O quê fazer agora? E este, tirando uma lição de tudo que haviam passado lhe diz:
- Chega filho. De agora em diante faremos aquilo que nós acharmos melhor. Porque sempre haverá alguém para nos dizer que estamos fazendo tudo errado.
E então o bebê, no meio do shopping (ah, sempre o shopping!) começa a espernear que quer mamar. E agora!? O quê fazer?
Tirar o peito para fora, assim, na frente de todos? Correr para casa e encurtar o passeio que acabou de começar? Cobrir o peito (e conseqüentemente o bebê) e dar de mamar ali mesmo?
Bom, antes de ser mãe eu achava uma falta de vergonha essas mães que tiram o peito para fora na frente dos outros e ficam lá, mostrando o seio para quem quiser ver (e também quem não quiser). Tive até trauma. Uma vez no avião, antes da decolagem, fui ao banheiro e ao sair me deparei com o maior seio do mundo logo ali na minha frente, no último lugar em que eu esperava ver um. E o bebê ainda nem estava no colo da mãe, estava no colo da aeromoça / comissária de bordo. Devo ter ficado com uma cara de fantasma porque todos ficaram me fitando enquanto eu cambaleava em direção a meu assento.
Conversando sobre o ocorrido com meu marido, eu disse que se eu, que era mulher, tinha ficado meio abobada, imagine os homens! E ele, sempre do contra, disse que não tinha nada a ver. Que homem tem muito respeito por mulher amamentando. Eu custei, e custo, a acreditar. Ou eles cobiçam, ou não querem saber porque acham repugnante, ou eles não querem saber porque embaça a idéia (sim, vou continar escrevendo com acento!) do seio como algo sexual e passa a ser algo angelical, maternal, e quase um pecado vê-lo de outra forma.
E então me tornei mãe. E eu mesma passei a ver meus seios de outra forma. Até que um dia, não me lembro onde mas era em público, me vi fazendo malabarismos para tentar tirar o peito sem ninguém o ver. Puxa a blusa, o sutiã, a concha, a Isabel, a mantinha para cobrir tanto ela quanto o peito... Ufa! Me esgotei! E fiquei pensando por quê raios eu tinha que fazer tudo aquilo, por quê os outros não podiam simplesmente me ignorar e me deixar amamentar minha filha como eu faço em casa? Confesso que quase fiz isso.
Mas aí eu me lembrei de que aquilo é natural só para mim, e para outras poucas pessoas neste momento. Até quem um dia será mãe, ou quem já foi mãe há tempos não faz parte desse círculo. Só para quem a amamentação é ainda algo muito recente e presente, é que tirar o peito para fora assim no meio do nada é totalmente natural.
E então, até hoje, quando dou de mamar em público, pego antes um lençolzinho super fresquinho que carrego na malinha da Isabel, "prendo-o" na alça do sutiã e dou de mamar com ela (e o seio) cobertos, longe dos olhares indiscretos dos outros. Mas a razão pela qual eu faço isso não é mais a mesma de antes. Antes eu fazia por causa dos outros. "O quê os outros vão pensar de mim!?"
Agora eu faço por mim mesma. Percebi que EU não me sentiria à vontade se não me cobrisse. Eu não conseguiria desfrutar o momento confortavelmente nem deixar a Isabel fazê-lo se eu estivesse preocupada com os homens e mulheres me olhando. Mas isso é porque eu de fato ficaria preocupada. Há quem não ficaria. E sempre levanto o lençolzinho e vejo minha pequena lá toda gostosinha, me sinto ainda melhor de não estar compartilhando daquela nossa intimidade com os outros. Não atraio tantos olhares e, depois de todo o balé para ajeitar a Isabel, relaxo e dou de mamar sossegada.
Ainda assim, o objetivo deste post não é tentar convencer ninguém de que eu estou certa. Esse é o meu jeito de fazer as coisas porque eu assim o decidi. Há pessoas que dizem que eu sou pudica, que os outros que se danem e que eu dê de mamar do jeito que quiser, há quem diga que deve incomodar o bebê aquele lençol cobrindo-o, há quem diga que estou certa, há quem diga que ao cobrir meu seio eu o torno ainda mais objeto de cobiça... Sempre há quem diga. Me faz lembrar uma história que li num livro uma vez:
Um homem já maduro e seu filho pequeno estão percorrendo uma estrada montados no seu cavalo. Passa um moço e diz:
- Mas que horror! Pobre cavalo, carregando os dois preguiçosos!
E então o pai decide descer do cavalo.
E passa uma senhora que palpita:
- Que absurdo! O senhor de idade caminha enquanto o pequeno, cheio de saúde vai montado no cavalo como se fosse um sultão!
E então pai e filho se entreolham e o menino desmonta do cavalo e quem sobe desta vez é o pai.
Mais adiante, uma moça os vê e indaga:
- O senhor não tem vergonha na cara? Vai tranqüilo em cima do cavalo enquanto a pobre criança tem que trilhar o caminho sozinha com suas frágeis pernas!?
E o pai então desce do cavalo.
Assim seguem por alguns kilômetros até que um senhor os vê e debocha:
- Dois tolos! Os dois exaustos de tanto andar e parecem não perceber que o cavalo poderia poupar-lhes o esforço!
O garoto então olha desesperado para o pai. O quê fazer agora? E este, tirando uma lição de tudo que haviam passado lhe diz:
- Chega filho. De agora em diante faremos aquilo que nós acharmos melhor. Porque sempre haverá alguém para nos dizer que estamos fazendo tudo errado.
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